Com muita frequência, o Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva (TPOC) é confundido com outro que possui um nome muito parecido o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), porém apesar da semelhança dos nomes, na prática esses transtornos são distintos.

O TPOC trata-se de um transtorno de personalidade, já o TOC, anteriormente, considerado como um transtorno de ansiedade, atualmente, no DSM-5 ocupa o capítulo de Transtornos Obsessivos-Compulsivos e outros relacionados.

A forma com que eles se manifestam é distinta. O TOC se caracteriza pela presença de obsessões que são os pensamentos intrusivos, imagens ou impulsos e apresenta comportamentos repetitivos que visam reduzir a ansiedade gerada por essas obsessões. Já o TPOC representa preocupações associadas a ordem, perfeccionismo e controle. É possível existir a comorbidade desses dois transtornos.

O Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsivo surge no início da vida adulta e aparece em diferentes áreas da vida do sujeito. Consiste em um padrão generalizado de preocupação com ordem, perfeccionismo e controle mental e interpessoal à custa de flexibilidade, abertura e eficiência. O indivíduo tem 4 ou mais dessas características: 


A pessoa chega a perder o objetivo principal da atividade devido a uma grande preocupação com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários. Possui um cuidado exagerado aos detalhes, confere muitas vezes para verificar possíveis erros, organiza mal o tempo e deixa atividades importantes por último.

Seu perfeccionismo é excessivo, atrapalha na conclusão das tarefas o que leva a prazos não serem cumpridos. Os padrões altos que ele se exige geram sofrimento. 

Apresenta rigidez e teimosia. Há uma grande preocupação em fazer coisas de uma forma correta. Busca planejar o futuro com todos os detalhes e raramente faz mudanças considerando a perspectiva dos outros, isto pode gerar frustração nas pessoas ao redor.

Possui um estilo miserável de gastos consigo ou com os outros. Acredita que o dinheiro deve ser guardado para futuras catástrofes. Seu estilo de vida é muito inferior à sua capacidade financeira, por isso controla de forma rígida os seus gastos.

Dedica-se de forma exagerada ao trabalho e à produtividade renunciando a atividades de lazer e amizades. Sente que não tem tempo para relaxar, quando o faz, isso gera um desconforto pois crê que é um desperdício de tempo.

Não consegue descartar objetos usados ou sem valor mesmo não tendo um valor sentimental. Considera-se um acumulador, incomoda-se se alguém tenta jogar as coisas que ele guarda.

Em relação a assuntos relacionados a ética, valores e moralidade o sujeito é excessivamente rígido, consciencioso e escrupuloso. É inflexível com regras, segue à risca, exige de si e dos outros o cumprimento de princípios morais e é muito crítico com seus erros.

Evita delegar tarefas ou trabalhar com os outros a não ser que eles se submetam à sua forma exata de fazer as coisas. Sente que ninguém faz as coisas tão bem quanto ele.


O TPOC é um dos transtornos da personalidade mais prevalentes na população em geral. Diferente de quem sofre de TOC, a pessoa que possui o TPOC tem dificuldade em se enxergar dessa maneira, o transtorno é considerado egosintônico, ou seja, ela não o percebe como um problema, em razão disso, poucos procuram psicoterapia para tratar essa questão, normalmente, buscam devido a outras questões como depressão, ansiedade, dificuldades no trabalho ou no relacionamento.

É importante verificar se os comportamentos são resultantes de costumes ou hábitos da cultura do indivíduo, para não diagnosticar como um transtorno aquilo que é da cultura do sujeito. O tratamento com mais eficácia consiste na junção de terapia cognitivo-comportamental e medicação. 

Gostou do texto?

Deixe seu comentário aqui embaixo.