Embora, socialmente, o perfeccionismo venha sendo considerado um defeito bonito, a verdade é que ele pode consistir numa grande prisão. Essa característica pode estar atrelada a diferentes transtornos como o Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva, Transtornos Alimentares, Depressão e outras psicopatologias.
O perfeccionismo faz você estabelecer padrões, exigências e metas irreais. Os quais, em algum momento, não serão alcançados por serem inatingíveis. Desta forma, colabora para ativar sensações desagradáveis como a frustração, tristeza e desânimo.
A busca incessante pela perfeição é perigosa, muitas vezes, ao se dar conta que ela não será atingida, você procrastina, dando espaço até mesmo para a perda de prazos importantes.
Quais as principais crenças?
O perfeccionista tem crenças centrais como “sou insuficiente”, “sou imperfeito” e “não sou amado” e crenças intermediárias como “ se algo não é perfeito então não tem valor”, “devo ser perfeito em tudo o que faço” e “se eu não for perfeito então sou um fracasso”.
Nota-se que, o perfeccionista não enxerga o quão inflexíveis são as suas expectativas e se sente um fracassado por não as alcançar, falhando em perceber que ele não as atingiu porque é humanamente impossível! 
O perfeccionismo torna você menos tolerante às falhas, uma vez que, seu valor pessoal é associado àquilo que você fez ou deixou de fazer, logo, se você errou, então se decepciona, pois se sente inferior e crê que os outros enxergarão você assim também.
Como a Terapia Cognitivo-Comportamental pode ajudar?
Os perfeccionistas costumam ter uma visão muito rígida sobre si, os outros e o mundo. A TCC pode contribuir para a modificação dessas crenças auxiliando a:
Avaliar os custos e benefícios de manter esse padrão, quais as perdas que o paciente possui ao ter expectativas altíssimas? O que ele ganha ao modificá-las?
Ajudar você a parar de buscar a perfeição, já que ela é inatingível, e começar a tentar realizar melhorias constantes. Além de promover crenças mais saudáveis de busca por progressos, por exemplo, “se eu continuar tentando, eu vou melhorar”.
Sair da visão dicotômica perfeição X fracasso. O psicólogo colabora para que você enxergue as situações em um continuum e não em dois polos extremos.
Aceitar que erros são intrínsecos a existência e fazem parte uma vida vivida plenamente. Eles permitem o crescimento e a aprendizagem.
Ensinar você a se dar os créditos pelos seus progressos e melhoras ao invés da exigência de perfeição.
Estimular a curiosidade, o desafio e o crescimento em detrimento da perfeição. O objetivo é te ajudar a encarar as situações como desafios, aprendizagens e oportunidades de crescimento e não como meras avaliações. 
Promover a autocompaixão e reduzir o excesso de autocrítica. Ajudar você a ser mais gentil com suas falhas e seu processo é uma parte muito importante da terapia.
É necessário reconhecer que você ser uma pessoa esforçada, comprometida e cuidadosa é admirável, mas continuar cedendo a ideias rígidas, é apenas uma forma de manter ligada a voz ditatorial da sua autocrítica, a qual é um atalho para a frustração.


Leila Sleiman 
Psicóloga Clínica
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental
CRP: 06/124906
Instagram: @psicologaleilasleiman/ Fanpage: Psicóloga Leila Sleiman El Kadri/ Youtube: AmpliaMente/ E-mail: le_sleiman@hotmail.com