De acordo com Antônio Damásio, a EMOÇÃO é um conjunto de reações corporais, automáticas e inconscientes, fronte a determinados estímulos decorrentes do meio onde estamos inseridos.
As emoções são sinais físicos do corpo, em resposta a estímulos. Por exemplo: imagine-se andando na rua e de repente depara-se com um pitbull, em menos de meio segundo, seu cérebro registra a informação pitbull e imediatamente ele irá coordenar uma série de ações complexas no seu corpo para prepará-lo para lutar ou fugir, nesse caso correr/fugir. As pupilas dilatam, a respiração fica mais rápida, a boca fica seca, a pele fica pálida e o coração acelerado, essas são algumas das reações fisiológicas que seu corpo apresentará.
 Já o SENTIMENTO para Damásio, surge quando tomamos consciência das nossas emoções, ou seja, quando há interpretação das emoções. Exemplo, quando tomo consciência do Medo de ser estraçalhado por aquele animal feroz.
Voltando a chamada do texto de hoje, Como andam suas emoções no Isolamento Social?
Como andam suas emoções e das crianças e adolescente que estão a sua volta?
Tem sido frequente ouvir que a cada dia as pessoas estão sentindo-se de uma forma. Ora animadas, motivadas, felizes, mas ora, entediadas, tristes, inseguras, com medo e com raiva. Essas oscilações são perfeitamente normais e esperadas para o contexto atual. Não há nada de errado em sentir-se assim.
Nos estudos de regulação emocional é apontado que a nomeação, validação e aceitação das emoções são essências para um funcionamento biopsicossocial satisfatório. Não existem emoções ruins, o que existe são as emoções agradáveis e desagradáveis de sentir, mas todas elas têm uma função na preservação da vida.
Já pensou qual o papel da emoção Raiva?
A emoção raiva talvez seja a mais difícil de ser validada, por ser reconhecida como uma emoção “ruim”, que traz consequências negativas. Na verdade, raiva é indispensável como as demais emoções. Ela beneficia as relações oferecendo limites de forma a não nos sentirmos injustiçados, prejudicados. Como apresentado no livro A Onda da Raiva da Editora Sinopsys, a raiva em baixa dose, carrega passividade, o indivíduo não se posiciona, não coloca suas necessidades, opiniões e em doses altas, traz agressividade, como as explosões de raiva por meio de maus comportamentos. Quando os adultos, pais, compreendem o papel da raiva, torna-se mais fácil manejá-la.
Dicas de manejo da raiva são: Primeiramente é preciso compreender seu papel, isso pode ser feito por meio de livros como o citado e em filmes, como o Divertida Mente. Após compreender, partimos para a nomeação, exercitar a identificação do que está sentindo e nomear ajuda a dominar. Para isso, um ótimo instrumento é o diário das emoções para anotar todos os dias como está sentindo-se. Outra opção é o aplicativo Cogni, que pode ser facilmente baixado. Após nomear é preciso validar, lembre-se: não é porque é desagradável de sentir que seja errado, ela pode está sinalizando que algo está precisando ser revisto na sua relação consigo mesmo e com os outros.  Por fim, mas não menos importante, é primordial discriminar e verificar como anda a expressão da sua emoção. Procure utilizar as palavras para dizer como se sente pois gritar, bater, jogar as coisas ao chão não o fará compreendido. Peça ajuda, e conduza os pequenos e os grandes em aprendizagem a pedir ajuda. Auxilie sua criança/adolescente a ser assertivo. Antes de agir, respire, conte até 10, vá até um lugar que seja seguro, fique um tempo com o animal de estimação ou sozinho. Guarde em sua mente, você não é suas emoções, você não é sua raiva, você apenas a sente, assim como as ondas do mar, elas vêm e vão. Oferecer essa perspectiva para as crianças e para os adolescentes os ajudam a separa-se, discriminar-se do comportamento disfuncional devido à alta dosagem da raiva. Pais, adultos de referência, que tal também se apropriarem desta perspectiva, uma vez que vocês sempre serão uma das maiores figuras de referência?
No próximo texto, abordarei sobre o papel da Tristeza e do Medo.