“A TCC é muito importante para esse momento em que todo mundo está meio perdido. Porque ela vem para colocar nossos pés no chão e entendermos melhor essa realidade de pandemia devastadora que nos assola há mais de um ano, provocando sofrimento mental importante como a depressão e os transtornos de ansiedade. Mas também tem seu lado bom, que é compreender a realidade, organizar o pensamento no meio de tudo isso, entender quais as nossas necessidades, quais as nossas vulnerabilidades, para que a gente possa fazer o nosso melhor.”

Assim o professor Bruno Reis resumiu a importância da Terapia Cognitivo-comportamental no atual momento de pandemia, durante a live “Depressão e ansiedade também são uma pandemia? É hora de TCC”, que fez parte do evento AconteCETCC. A diretora pedagógica do CETCC, mestra Eliana Melcher Martins, afirmou na sua apresentação que “a depressão e a ansiedade têm aumentado bastante, porque nós estamos vivendo num mundo incerto. A gente não sabe o que vai acontecer daqui a pouco, não podemos planejar nada. As escolas abrem e fecham; com a economia, a mesma coisa. Tudo isso cria pensamentos pessimistas a respeito da realidade”.

- Dentro da TCC – prosseguiu a professora Eliana - o que a gente faz é exatamente trabalhar com esses pensamentos que ainda não se transformaram numa realidade. O futuro é manifestado por pensamentos que nos ajudam ou nos atrapalham e na TCC a gente procura trabalhar para que eles não se agravem, para que se tornem formas de a pessoa procurar alternativas melhores para lidar com situações tão desafiadoras. Porque a gente sabe que, dentro do modelo cognitivo, a prevalência do pensamento sobre a emoção e sobre os comportamentos é que devem ser trabalhados.

Eliana Martins ressalvou que, em paralelo, deve ser prevista a necessidade do encaminhamento psiquiátrico. “A medicação vai aplacar um pouquinho essa ansiedade, dar mais ânimo pra viver a vida, mas o que a gente pretende dentro da terapia é fortalecer a autoestima dessa pessoa e fazer com que ela encontre alternativas pra poder viver melhor, mesmo nesse quadro tão complicado. A gente tem técnicas que possibilitam sobreviver melhor a essa pandemia toda”.

Coordenadora dos cursos de Terapia Cognitivo-comportamental, ela lembra que “há alguns anos, antes da pandemia, já tínhamos um prognostico de um boom de depressão em 2020. Que coisa incrível: coincidentemente, 2020 foi o ano da pandemia e isso acentuou mais ainda a depressão. A gente percebe muitas pessoas deprimidas em casa, que muitas vezes têm que ter um apoio psicológico e apoio familiar, têm de lidar com uma coisa muito pior, que é a morte de entes queridos, de amigos. A imprensa mostra um aumento de mortes e de pessoas infectadas. Com a depressão é a mesma coisa. Muitos casos no meu consultório e no de vários colegas. E estamos tendo de aprender a lidar com estas questões de formas diferentes como a consulta virtual”.   

Para o professor Bruno Reis, que é psicólogo especialista em TCC e professor da pós-graduação em Neuropsicologia do hospital Albert Einstein, “A pandemia traz todo este medo, este cenário apocalíptico e favoreceu as questões da ansiedade e da depressão também porque as pessoas ficam mais em casa. Casais que se se encontravam um pouquinho de manhã e um pouquinho à noite, com a quarentena, passam o tempo todo juntos, fazendo home office, olhando um pra cara do outro, com o filho estudando do lado. Isso exige muito mais habilidades, exige identificar possibilidades de conflito, que é justamente o que a gente desenvolve na TCC. Só que isso aconteceu de uma hora pra outra, e esse momento dificulta usar de algumas estratégias que nos façam ficar melhores, como um passeio no parque, uma reunião com os amigos, conversar com outras pessoas. Este repertório mais ampliado que ajudaria nessas questões, não acontece. Isso contribui bastante para o agravamento”.  

Entre os passos iniciais, ensina a professora Eliana estão a técnica da descoberta guiada, por meio de um questionamento socrático: “A base de todo o tratamento aqui da TCC é fazer com que a pessoa reflita e ela mesma encontre alternativas pra mudar a forma de pensar. Isso faz com que o ansioso fique menos catastrófico, porque a catástrofe paralisa e, muitas vezes, dependendo do transtorno de ansiedade, ele não consegue distinguir o que que é uma situação real do que uma situação que ele está pensando, isso faz com que a situação fique pior do que já é. Na terapia, a gente tem um arsenal imenso de alternativas, estratégias, de técnicas, de metodologia, tanto para os pacientes depressivos quanto para os ansiosos, que faz com que as pessoas possam ter uma vida melhor diante desse quadro que a gente vive no momento”.  


Encontre muito mais informação nas lives de março do AconteCETCC em:

https://youtube.com/playlist?list=PLIHaneowxYAtwLCia4O-heAJBCRyQ_TcO

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