“Quero ser centro das atenções”:

Conheça o Transtorno da Personalidade Histriônica



Verônica é mulher sensual e sedutora. Por onde passa arranca olhares e, sinceramente? Ela adora! Sua satisfação é se sentir o centro das atenções. As pessoas próximas a consideram muito dramática e carente de atenção. A maior parte do seu salário é destinada a procedimentos estéticos para melhorar a sua aparência física, afinal, essa é uma das formas que ela usa para impressionar e atrair a atenção dos outros. Verônica tem o chamado transtorno da personalidade histriônica.

A característica principal de quem possui este transtorno é um padrão excessivo de emocionalidade e busca de atenção. 

Esses indivíduos sentem-se incomodados quando não são o centro das atenções. Eles são entusiasmados, abertos a novas amizades e agem de modo dramático quando notam que toda a atenção das pessoas não está neles. Quando não são o foco podem se sentir desvalorizados.

Ao interagir com os outros eles possuem atitudes inadequadas e sexualmente sedutoras. Possuem uma aparência provocativa e agem de modo sedutor inclusive em contextos inapropriados como no trabalho ou com amigos, ainda que não tenham um interesse afetivo ou sexual nas pessoas.

Suas emoções oscilam rapidamente e sua expressão é rasa.

A aparência física é usada para chamar atenção para si. Essas pessoas gastam muito dinheiro, tempo e energia em aspectos associados a melhorar sua aparência, por exemplo, com roupas, clínicas estéticas e espaços de beleza. Buscam impressionar os outros e podem esperar elogios e se entristecem facilmente com críticas associadas a isso.

Seu discurso costuma ser extremamente impressionista. Podem emitir opiniões fortes, sem detalhes que deem consistência para suas ideias e pouco profundas.



Outra característica marcante é sua expressão exagerada das emoções, dramatização e teatralidade. O sujeito pode ser tão expressivo com suas emoções a ponto de envergonhar seus conhecidos, por exemplo, chorar copiosamente e de forma desproporcional a situação. Como suas emoções são intensas e mutáveis, ele pode ser visto como alguém que está fingindo.

Quem sofre deste transtorno é muito suscetível e influenciável pelas pessoas ou pelo contexto. As emoções e opiniões são influenciadas frequentemente pelos demais ou pelas ocasiões. São sugestionáveis e confiam demais em pessoas que remetam a figura de autoridade e que parecem resolver os problemas de forma milagrosa.

Nos relacionamentos pessoais, esses indivíduos costumam perceber as relações mais íntimas do que, de fato, são, por exemplo, podem se referir a colegas ou conhecidos como amigos íntimos. Nos relacionamentos românticos, eles têm dificuldade em ter intimidade emocional. Eles podem ser controladores e manipuladores com seus parceiros, mas isso revela também sua dependência emocional.

É preciso se atentar no tratamento desses pacientes, pois, ainda que pareçam comprometidos com seu processo terapêutico, eles podem ser muito instáveis, pouco tolerantes a frustração e manipuladores.

Percebe-se que, normalmente, seus sintomas são egossintônicos, isto é a pessoa não enxerga isso como um problema. Ela não se percebe desta forma e não pensa que os demais podem considerar suas atitudes rasas, manipuladoras ou exageradas. Em razão disso, pode ter conflitos interpessoais, relacionamentos perturbados e muita raiva, no entanto, não associa isso ao seu jeito de ser.

As crenças mais comuns desses sujeitos são relacionadas a ideia de serem inadequados, sozinhos e devido a isso desenvolvem crenças de que precisam ter atenção e aprovação. 

Para este transtorno, as principais metas são ajudar o paciente a melhorar sua consciência, desenvolver habilidades para regular suas emoções, aumentar sua tolerância à frustração, reduzir comportamentos exibicionistas e promover comportamentos mais saudáveis. 

Também se auxilia o paciente a testar e descatastrofizar seu medo de rejeição, perda de atenção ou desaprovação e fortalecimento da confiança para lidar com essas situações, caso de fato ocorram.

Além disso, no tratamento são fomentadas habilidades sociais e de comunicação como empatia, escuta ativa, novas formas de interação com os outros e conseguir lidar com não ser o centro das atenções. E, por fim, busca-se aumentar a sensação de autossuficiência, sua capacidade de resolução de problemas e promover mais independência.

Você já conheça os cursos do CETCC que podem ajudar você a ter mais ferramentas para tratar esses pacientes? Clique aqui