O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) gera nos indivíduos preocupações excessivas sobre situações em diferentes áreas das suas vidas como trabalho, saúde, finanças, família etc. Essas preocupações se apresentam de forma intensa, disseminada e angustiante, geram sofrimento e interferem significativamente em sua vida social, pessoal ou profissional. O sujeito tem sintomas físicos desagradáveis. Em suma o TAG é caracterizado por:
•    Ansiedade e preocupação excessivas na maioria dos dias por pelo menos seis meses, a respeito de diversos eventos ou atividades (como desempenho escolar ou profissional).
•    Dificuldade de controlar a preocupação.
•    Pelo menos três dos seguintes sintomas: inquietação, cansaço, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular e problemas de sono.
•    A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento ou prejuízo em áreas importantes da vida do sujeito.

A preocupação costuma ser intensa, desproporcional e muito difícil de ser controlada. Os pensamentos em relação ao futuro são negativos e catastróficos e o sujeito tem uma grande intolerância à incerteza.

O tratamento do TAG através da TCC


A TCC tem se mostrado a linha mais eficaz para tratar este transtorno de ansiedade. Esta abordagem ajuda os pacientes a modificarem suas visões distorcidas sobre os eventos. Nota-se que a forma de interpretar a realidade da pessoa que tem TAG é muito disfuncional.

As principais técnicas da TCC para o tratamento deste transtorno são:

•    Psicoeducação: ensina-se o cliente sobre seu transtorno, sua forma de agir e as consequências disso.
•    Identificação dos pensamentos automáticos: diante de situações em que o paciente se sentiu ansioso ou preocupado, é possível mostrar a ele seus pensamentos automáticos e emoções. Para isso é possível utilizar a técnica do Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD).
•    Identificação das crenças centrais e intermediárias: após identificar os pensamentos automáticos, busca-se verificar quais são as crenças que mantem o a forma ansiosa de pensar do paciente.
•    Reestruturação cognitiva: o intuito de identificar os pontos anteriores é de reestruturar cognitivamente o indivíduo ao questionar as ideias, levantar evidências e o auxiliar a desenvolver pensamentos mais funcionais, adaptativos e realistas. Para isso pode ser usada a técnica do questionamento socrático.
•    Definir um tempo para se preocupar: como a pessoa que tem TAG se preocupa quase o tempo todo, ela é orientada a escolher um período do dia no qual ela irá se preocupar com as questões que a angustiam, assim, quando notar que a preocupação veio fora do seu “horário” ele adiará a preocupação até o horário estabelecido para isso.
•    Diferenciar preocupações produtivas e não produtivas: visa-se ajudar o paciente a entender quais preocupações são racionais e levam a ação daquelas que são improdutivas.
•    Exposição a preocupação: o cliente junto ao psicólogo elabora uma hierarquia de preocupações e é levado a se expor gradualmente para assim se habituar a elas.
•    Resolução de problemas: consiste em ajudar o paciente ansioso a melhorar sua capacidade de resolver problemas através de passos como definir o problema, gerar soluções alternativas, tomar a decisão e praticar a solução escolhida e avaliar seus efeitos.
•    Treino da respiração diafragmática: a ansiedade em excesso atrapalha o raciocínio, por isso treina-se a respiração e orienta-se que ele use essa ferramenta, principalmente, nas situações que geram ansiedade.
•    Treino do relaxamento muscular progressivo de Jacobson: consiste na tensão e consequente relaxamento de algum grupo de músculos para auxiliar também na redução da ansiedade.

Existem outras técnicas que podem ser úteis no tratamento, mas neste texto foram selecionadas as principais. As intervenções cognitivo-comportamentais se mostram muito eficazes para tratar este transtorno. Nos casos em que o TAG gera muito comprometimento, caberá ao psicólogo avaliar se o seu paciente precisa também do tratamento psiquiátrico e, assim, encaminhá-lo para um psiquiatra.

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