O TOC é um transtorno caracterizado frequentemente pela presença de obsessões e/ ou compulsões. Em média, a cada 40 ou 50 pessoas, existe uma que é acometida pelo transtorno. Este geralmente tem seu início na adolescência e em alguns casos na infância. Para compreender o que é o TOC é necessário esclarecer o que são as obsessões e as compulsões.

O que são obsessões?

As obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens, intrusivos, indesejáveis e recorrentes. Eles causam medo, ansiedade ou desconforto. Essas ideias consomem muito tempo da vida de quem sofre com isso, sendo em atividades simples do dia a dia, nos relacionamentos ou no trabalho ou até em um momento que poderia ser considerados de lazer.

É importante lembrar que a pessoa não quer pensar naquilo, mas o que acontece é que quanto mais a pessoa se esforça para não pensar naquilo, os pensamentos vêm com mais força e frequência. 

Ter obsessões é normal, a maior parte das pessoas têm obsessões, mas só é considerado sintoma de TOC quando elas geram mal-estar e sofrimento significativos ou quando tomam muito tempo e acarretam prejuízos na vida do portador. 

Quais são as obsessões mais frequentes? 

Existem diversos tipos de obsessões, as principais são referentes a:

medo e preocupação de se contaminar;

dúvidas e necessidade de ter certeza;

conteúdo violento/agressivo;

conteúdo sexual;

dúvidas quanto à orientação sexual;

conteúdo religioso ou blasfemo;

pensamentos supersticiosos;

preocupação em manter simetria; 

acumulação de coisas inúteis. 

Com o intuito de lidar com as obsessões que atormentam o indivíduo, muitas vezes, ele tenta ignorar, evitar ou ainda neutralizá-las com algum outro pensamento ou ação ou ainda, mais frequente, realiza as compulsões (rituais). Em alguns casos, as compulsões não são consequência das obsessões, mas são precedidas por “fenômenos sensoriais” que consistem numa tensão, desconforto ou uma sensação de “deveria” que leva a pessoa a fazer alguma compulsão.

O que são as compulsões ou rituais compulsivos do TOC?

 São comportamentos repetitivos ou atos mentais que o sujeito que sofre de TOC se sente forçado a fazer para responder as obsessões. Diferente das obsessões, as compulsões são atos voluntários. São comportamentos claramente exagerados que o indivíduo não consegue resistir.

O alívio temporário que a realização das compulsões traz, é o que as mantêm. Assim, proporcionam a ilusão de que a execução do ritual, de fato, afastou a ameaça. 

Quais são as principais compulsões?

Existe uma grande variedade de compulsões como:

lavagem;

verificação;

repetição;

simetria;

acumulação.

 São frequentes também as compulsões mentais, que não são visíveis aos outros, tal qual:

rezar;

repetir palavras;

repetir frases e/ou números

repassar uma cena.

Verifica-se que muitas compulsões não possuem uma conexão realística com o que pretendem neutralizar ou prevenir. Porém, em razão da ansiedade e do medo gerado pelas obsessões indivíduo opta por realizar o ritual compulsivo, o que gera um alívio momentâneo.

Quais as principais crenças de quem tem TOC?

As crenças mais comuns são relacionadas a superestimar a própria responsabilidade, avaliar o risco de forma exagerada, intolerância à incerteza, supervalorizar a importância e o poder dos pensamentos e perfeccionismo.

Tem-se uma visão distorcida a cerca de si mesmo ou dos fatos. O transtorno gera muitas dúvidas, ansiedade e necessidade de ter certezas.

O sujeito que possui TOC tem um grande prejuízo em sua vida decorrente do transtorno, suas compulsões não são apenas manias, o grau de sofrimento é muito alto e atrapalha as diversas áreas de sua vida.

Quem tem TOC sofre calado por muito tempo, estudos estimam uma média de 6 a 17 anos desde o início dos sintomas até o paciente buscar ajuda. Isso ocorre porque os pacientes podem não saber que possuem esse transtorno, vergonha ou até mesmo por não terem sido diagnosticados.

Este transtorno pode limitar significativamente a vida do sujeito, por isso é importante que os profissionais estejam atentos aos sintomas e a forma de tratamento mais eficaz para estes casos que é a Terapia Cognitivo-Comportamental aliada a medicação (quando necessária).

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Leila Sleiman 

Psicóloga Clínica

Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental

CRP: 06/124906

Instagram: @psicologaleilasleiman/ Fanpage: Psicóloga Leila Sleiman El Kadri/ Youtube: AmpliaMente/ E-mail: le_sleiman@hotmail.com